A PENINHA
A Peninha é uma trip sem drogas, álcool nem efeitos secundários. Das boas mesmo, ou seja, uma experiência de amor. Basta sentir, respirar, deixar o verde intenso entranhar-se como a nossa a primeira pele, tornar a luz e o nevoeiro, que se se faz presente amiúde, amigos chegados e somos logo acolhidos como parte integrante deste ser maior e mágico com sabor a mistério onde passado e futuro parecem coexistir num eterno agora. Porque a Peninha faz-nos entrar numa dimensão perene de intenso mistério. Talvez um dos fascínios que tome de assalto, de forma involuntária, os seus visitantes seja o facto de ser uma terra quase virgem em termos de flora. É que a Peninha possui diversas espécies endémicas que justificam intervenção como a Armeria pseudarmeria (Cravo-romano), o Juncus valvatus, , o Rhynchosinapis pseuderucastrums, o Dianthus cintranus, o Ulex jussiaei e o Phyllitis scolopendrium (Língua-de-veado).
Não bastasse a sua riqueza natural, a Peninha ainda possui um património histórico e arqueológico que aumenta a sua aura de mistério. Muito perto da Peninha, a noroeste, encontra-se a Anta de Adrenunes, um monumento megalítico que possui um culto e seguidores que vão muito além dos meros académicos. Na base do monte da Peninha, situa-se a Ermida de São Saturnino, que data da época medieval, mandada erigir por Dom Pêro Pais, companheiro de armas de Dom Afonso Henriques. E esta história não podia acabar sem uma lenda. Que conta o milagre de Nossa Senhora, no século XVI, diante de uma jovem e muda pastorinha, que acabaria por dar origem à Capela que hoje podemos visitar no cume do monte. O certo é que, seja no monte ou na floresta, este é mesmo um lugar encantado.
Fotografia Zito Colaço
Texto Nuno Costa
Texto Nuno Costa
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